segunda-feira, 11 de novembro de 2013

É estranha esta inexplicável situação.

É estranha esta inexplicável preferência por mim. É estranha este inexplicável desejo de ansiarem que tu nunca tenhas existido, e se porventura existires, desejarem que não lhes voltes a aparecer à frente. É estranho este inexplicável ódio e repúdio pela tua pessoa, quando ao mesmo tempo me exaltam e auguram pela continuidade da minha presença. É estranha esta inexplicável situação.

E eu juro-te, ao principio duvidava, duvidava que fosse verídico. Sendo tu o principal potenciador da aproximação das pessoas através da via do aconchego, sendo tu o cerne do prazer de um chocolate quente ou de dia de ronha debaixo de um cobertor, nada disto fazia sentido. Sendo tu a causa da renovação daqueles sonhos escondidos perante o som mudo do cair da neve, sendo tu a razão da intensa nostalgia perante a decoração daquele pinheiro, nada disto fazia sentido. Sendo as tuas malhas o principal esconderijo dos nossos defeitos físicos, por nós odiados, e um refugio para as tatuagens inacabadas. Sendo tu dos poucos fornecedores de melhores momentos para fumar o cigarro, de desejos secretos por doces que nos enchem o coração de uma alegria açucarada impagável ou daqueles beijos peganhentos que nos deixam colados horas a fio. Não fazia sentido. 

Não faz sentido. 

Por estas e por outras é que desisti de perceber as pessoas. Agora, uma coisa tens de saber Inverno, sem ti eu nada seria, es o meu sol.

Do teu sempre,

Verão.




007 B.P.

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