Uns chamam-me poeta, outros escritor e ainda há alguns que me caracterizam por artista ou desenhador, mas a verdade é que sem tu seria uma merda. Uma merda de poeta, uma merda de escritor, uma merda de artista e uma merda de desenhador. Sem ti, seria uma merda tão grande que ninguém sequer se daria ao trabalho de me ler, e muito menos de me tentar perceber. Ninguém se daria ao trabalho de sequer me pisar, porque seria uma merda tão chata, que nem o gesto de me tirarem do sapato compensaria. Sem ti, seria uma merda tão merdosa, que nada em mim valeria a pena, mesmo para alguém com uma alma gigante.
Se discordas diz-me então, o que é que eu já fiz na minha vida sem ti? Nada, ou secalhar merda. E agora, diz-me o que é que eu já fiz na minha vida contigo? Escrevi caminhos lindíssimos, fiz desenhos perfeitos da minha vida e criei poemas cheios de boas atitudes. Tudo graças a ti, e a todo o teu encanto, fotografado pelos meus olhos tal e qual como uma gravação feita por um canivete que permanece para sempre naquela peça de mármore.
E assim foi o que aconteceu quando te conheci, apercebi-me que era merda e que de merda era feito. E por muito paradoxal que pareça, tudo me fez sentido, porque contigo percebi que o meu tudo antes de ti era quase nada e que o meu nada contigo poderia tornar-se em muito.
E por isso não me venham com merdas, porque para merda já chego eu, e porque o amor é mesmo assim. Porque a partir do momento em que a conhecemos, tudo muda e o nada também, e vemos que a partir desse momento é que tudo começa valer a pena e o nada começa a desaparecer.
007 B.P.
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