A tua ausência desgasta-me, deixa-me indefeso, inútil e sem fonte de inspiração. A tua ausência mata-me pausadamente, tal e qual como um bisturi que me vai rachando e separando pedaços de mim até eu deixar de ser sequer matéria. A tua ausência faz-me odiar, e foda-se, como eu odeio odiar-me. Odeio não te ter, odeio não te poder viver, odeio não te experenciar e tenho aversão ao anti-toque. A tua ausência faz-me andar desnorteado, deambulando de rua em rua, autocarro em autocarro, de casa para o trabalho e trabalho para casa. A tua ausência deixa-me doente, de cama, desarmado, engolido pela cegueira emocional e em coma por causa do síndrome quero-a-droga-da-tua-saliva.
Que puta-que-pariu para o amor, porquê esta sujeição? Não funcionava dar-me totalmente, amá-la desmesuradamente e não sentir a sua falta?
Esta obscenidade de carência tira-me a fome, é um palavrão para mim, deixa-me violentamente revoltado e facilmente detestável, torna-me completamente nocivo. Esta tua falta é para mim um silêncio pertubador e inseguro, tudo isto, porque o meu mundo depende de ti, e mesmo não podendo compreender ao certo o que isto realmente significa, sinto-o, constato que o meu mundo neste exacto momento é a relaçao de obediência perante o que sinto por ti, o meu mundo é a chama, o desejo, o fascínio, o fogo, o interesse, a paixão, a aventura, é a minha vassalagem a tudo isto e muito mais.
O meu mundo, tu, é a minha unica perdição.
007 B.P.
(3xQS= Quem Quer Que Sejas)
Sem comentários:
Enviar um comentário