"Senti-me em queda livre sem nenhum paraquedas que
parasse a minha queda. Meu mundo desabou, a música no rádio parou, a flor do
jardim broxou, a televisão pifou e o mal tempo se instalou no quarto de
hóspedes junto da solidão. Chovia dentro de mim. A tempestade estava passando
na minha vida e de mim só restavam os destroços. Era aquele sorriso que
iluminava o meu dia. ”O amor é um inferno”, pensava eu, enquanto olhava uma de
nossas fotografias. Ela se foi, me levou, mas deixou-me. Destruiu-me e nem se
deu o trabalho de consertar, antes de partir. ”Por quanto tempo eu aguentaria
aquela dor?”, era a pergunta que eu me fazia, sentado à beira do precipício,
pensando em me jogar. Eu perdi o rumo e o riso. Eu me perdi."
Thomaz Torres
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